segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Sapo Barbudo e a Bailarina dos Ventos

O Sapo Barbudo, após incessantes pulos no vazio, nota uma ventaria sobrenatural que percorreu o seu minúsculo corpo anfíbio enchendo-lhe de alegria que outrora tinha partido. Os pulos incautos no nada se transformaram em saltos atrás desse súbito vento afetuoso.

Ao fim da perseguição, encontrou um ser radiante, uma luz que flertava, com passos simples e graciosos, o Vento que o Sapo a pouco seguira. O Sapo, encantado pelo movimento angelical que observava, ousou perguntar “Quem é você? Parece uma princesa...”. Ouviu a resposta “Eu sou a Bailarina dos Ventos, mas não sou uma princesa!” que riu e, logo em seguida, aproximou-se do Sapo Barbudo.

O Sapo, espantado, tentou se afastar, entretanto a Bailarina dos Ventos envolveu-lhe entre as mãos e disse para fechar os olhos. O Sapo Barbudo consentiu e, subitamente, recebeu um beijo enrubesceu todo o corpo. Em seguida, este anfíbio perguntou “Por que eu não virei homem?” sorrindo como uma criança faceira. A Bailarina disse “Ora, porque eu não sou uma princesa, apenas uma bailarina!”.

Assim, depois de entreolharem e buscarem no fundo da alma, a compreensão daquilo que estavam sentindo, envergonharam-se e, contentes, seguiram a caminhada juntos, o Sapo Barbudo enfeitando os pulos com piruetas e passos cômicos e a Bailarina dos Ventos, ensaiando saltos mais profundos e densos desenhando passos, laços formosos, nesta expressão corporal, o momento único que se destina, com o Vento, sempre presente, para espantar a calmaria e reanimar esta dança incomum, porém muito feliz.

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