sexta-feira, 28 de novembro de 2008

AOS CAMPEÕES, AS BOLINHAS.

Por: Vênus.

Um flameguista gaiato, querendo substituir a competência do Tricolor em papar títulos, por sorte, veio me cutucar hoje polemizando o maldito pênalti que, corretamente, não foi marcado (aquele que Diego Tardelli pisou na bola, caiu e todo mundo acreditou em penalidade porque ninguém pensou que ele fosse burro o suficiente pra fazer aquela lambança).

Eu não dei resposta a isso (quem é “fã de esporte”, pôde ver na ESPN que o “lance-lambança-chororô” é uma fraude e ponto). Eu simplesmente inclinei minha cabeça para o lado (da forma que fazemos quando estamos com pena de alguém) e disparei: “Eu quero minha taça das bolinhas!”.

Ele perguntou por qual razão eu reclamava a taça.

Bem, essa polêmica é chata, mas eu a li na íntegra e o resultado moral é legal. Acompanhemos:

Polêmica da taça de bolinhas:

A "taça de bolinhas", troféu destinado ao primeiro pentacampeão brasileiro ou ao clube que conquistasse a competição três vezes consecutivas, gerou polêmica em 2007, quando o São Paulo assegurou seu quinto Nacional. Desde então, foi iniciada uma disputa com o Flamengo, que conquistou o módulo verde da Copa União em 1987 e se considera o primeiro penta. Contudo, o grande problema é que a CBF não considera assim, mas diante de tanta pressão não entregou o troféu ao Tricolor e o problema continua.* NOTA DA REDAÇÃO: O Flamengo se considera pentacampeão brasileiro pois conta o título de 1987 (Copa União) como oficial. Contudo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reconhece o Sport como campeão desta temporada. Na ocasião, os cariocas conquistaram o Módulo Verde da competição sobre o Internacional, e os pernambucanos o Amarelo, após baterem o Guarani. Mais tarde, a entidade determinou a realização de um quadragular entre as equipes em questão, contrariando o regulamento inicialmente firmado. Entretanto, o clube da Gávea e o Internacional se recusaram a participar. Desde então, a polêmica foi gerada. (http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2008/11/28/ult59u179364.jhtm)

Resguardado por essa informação, eu quero informar a todos os flamenguistas que o FLAMENGO, definitivamente, NÃO É NEM PENTA CAMPEÃO. O FLAMENGO GANHOU A TAÇA “ARCO-ÍRIS” DA COPA UNIÃO (primeira manifestação gay no futebol, onde eram disputados “módulo amarelo”, “módulo verde”, “módulo laranja”, “módulo vermelho-menstruação, etc.).

Bem, mas agora que o Gigante além de ser HEXA, ainda é TRI consecutivo, eu quero a minha taça e vou fazer questão de tirar uma foto ao lado dela. Não por sua discutível beleza, mas pelo gostinho de ter humilhado milhões de pessoas. Estarei nesse momento, sentindo o mesmo prazer que o cara que pegou a Sandy sentiu depois da deflora.

AOS CAMPEÕES, AS BOLINHAS.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Hilário Retorno do Coroa Barbudo

Caríssimos amigos e amigas!!! A minha barba voltou!!! HAHAHAHAHAHAHAHA! Foi tortuoso e curioso o crescimento da barba mais querida deste círculo amigável por onde percorro. Encontrei desde apelos fervorosos a favor do retorno do Abraham Lincoln maranhense a manifestações contrárias ao reaparecimento destes pêlos faciais que me deixam com pose de pseudo-intelectual ou aspecto ainda mais sujo e maltrapilho que alimentam a vida deste boêmio ludovicence. Nunca pensei que minha barba seria motivo para tantas controvérsias e teses de pós-doutorado!!! Fizeram até uma honrosa menção comparando a minha barba com aquela figura bíblica que detinha sua hercúlea força nos cabelos, Sansão. Parece que até agora não recuperei as minhas forças... Ela é realmente muito importante... Mudando o pouco o assunto, queria agradecer o número elevado de visitas que o blog recebeu recentemente (de 20 visitas pulou para 70!), contudo, não recebi nenhum comentário, apenas pelo MSN, comentando os textos que rascunhei por aqui. Podem comentar gente!!! Até meus erros ortográficos e gramaticais eu aceito numa boa (e não são poucos!). Bom, vou agora viajar numa idéia que tive faz algum tempo sobre a "luz negra", essas que são usadas geralmente em boates e clubes de reggae que deixam as pessoas que utilizam determinadas cores nestes espaços "mais brancas", "brilhantes" ou "reluzentes". Foi uma idéia meio louca da qual fiz uma grande correlação de assuntos que talvez seja uma futilidade imensa ou algo digno de apreço pelos meus queridos leitores. Acho que vale a pena se arriscar por temas tão delicados...


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Por esses dias, o professor de Ética, Marcelo, numa das aulas que explorava a questão epistemológica no séc. XVIII ressaltou os embates entre racionalistas e empiristas em que os primeiros afirmavam que as pessoas já possuíam em si a idéia do objeto analisado e que os sentidos apenas afirmariam as formas e os volumes de uma determinada coisa (sobre o lema bem conhecido, “Penso, logo existo”, Descartes) e os últimos afirmavam que a única possibilidade de conseguir o conhecimento sobre determinado objeto seria pelos sentidos, por outras palavras, desenvolviam a tese que toda verdade é obtida através da análise criteriosa dos objetos, negando a existência pré-constituída de que os homens desde a origem detivessem o conhecimento de determinado objeto (como se as impressões que tivéssemos fossem escritas numa tábua lisa e rasa).
Até o momento, nenhum mistério (quem teve algumas aulas de filosofia lembra este assunto) o que realmente me surpreendeu foi à forma como Kant se propõe a analisar a questão utilizando-se da Teoria sobre a Luz de Isaac Newton. Para Kant, as duas análises epistemológicas dos dois grupos estão equivocadas e pontifica que as pessoas apenas têm uma mera possibilidade de conhecer um objeto, na medida da capacidade de cada pessoa observar determinada coisa. Para ilustrar mais a situação, vamos a Teoria da Luz de Isaac Newton. Após algumas experiências realizadas com feixe de luz e um prisma, ele pode afirmar que a luz, na verdade é composta por várias outras cores (as cores do arco-íris) e que, ao colocar outro prisma da direção oposta à luz “branca” incidindo entre eles as cores do arco- íris, estas luzes decompostas voltam ao normal! Desta experiência podemos concluir várias coisas, a primeira é que nosso corpo é limitado e que a análise empírica dos objetos está suscetível a valhas destruindo toda a construção teórica dos empiristas; e por fim liquidando com o pensamento racionalista que as pessoas desde o nascimento possuem a idéia sobre um objeto qualquer sendo que a própria análise primordial é equivocada, o que deturparia todo conhecimento “imanente” dos homens. Não queria entrar em detalhes sobre a Teoria da Relatividade, mas o exemplo utilizado pelos relativistas é bem legal: a luz da estrela que irradia para nós viaja anos-luz até chegar a terra, porém aquilo já aconteceu a zilhões de anos atrás e que é bem capaz que agora ela esteja em supernova ou que sabe seja um imenso buraco negro. O próprio teclado que vejo agora dedilhando estas palavras tem outra forma que meu corpo limitado não permite observar que são um amontoado de células, de átomos e de pequenos corpúsculos que os seres humanos ainda nem foram capazes de observar.
Onde estaria a “Luz”??? A verdade??? Sempre acreditei que os poetas e escritores conseguem “enxergar” além dos métodos científicos tão questionáveis (e olha que já falam isso há algum tempo!). No livro de José Saramago, O Ensaio sobre a Cegueira, a população mundial é molestada pela “cegueira branca” em que, ao invés das trevas permanentes nos olhos da cegueira normal, estes ficam irradiados de “luz branca” e demonstra a verdadeira fase do homem: um ser em constante estado de putrefação que desesperadamente tenta através da dominação do próximo ou na cooperação entre os demais conseguir manter um mínimo de organização e viver razoavelmente com todas as limitações inerentes. Romântico (mas o que seria ideal) é que apenas uma pessoa (por sinal, uma mulher) consegue “ver” tudo a sua volta e, ao contrário da expectativa geral de utilizá-los para dominação e escravização do próximo, adota a atitude mais nobre: ajuda o semelhante. Como não se lembrar da mulher neste livro e não pensar em nossas mães...


No anime “Naruto” (pra quem pensa que desenho é uma besteira, pense duas vezes) o Sharingan – olhos capazes de copiar qualquer movimento do seu adversário – revela-se sempre em momentos de extrema dificuldade e sacrifício. No penúltimo estágio de evolução do Sharingan que concede ao seu detentor poderes incríveis começa a demonstrar sinais de falência: olhos destes personagens iniciam um processo gradual de cegueira. A única forma de escapar deste triste fim é extrair os olhos de outro semelhante do mesmo nível para alcançar o último nível que vence as trevas da cegueira, o Sharingan Eterno. Em algumas passagens do anime, alguns personagens conseguiram o penúltimo estágio ao passarem por um árduo sacrifício, em forma de treinamento ou sacrificando o seu melhor amigo, mas ao final encontram as trevas, assim como o único personagem que “evolui” seus olhos ao Sharingan Eterno: retira os olhos do seu próprio irmão. Vale a pena mesmo ceifar a vida do irmão para “enxergar” ou será que extinguindo a vida do próximo em benefício próprio não seria o mesmo que caminhar sozinho para escuridão??? Pelos fatos parece que inevitável a trilha para as trevas...


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É muito difícil neste momento não se lembra dos nossos queridos juízes e não fazer uma analogia simples entre estes seres de pura sapiência e a tese racionalista epistemológica do séc. XVIII... Encontramos-nos no séc. XXI e parece que paramos no tempo e Kant, na mesma, já pronunciava que estava tudo errado... Será que há “luz” no fim do túnel??? Há alguns dias atrás, lendo o livro de Fredie Didier Júnior, renovei as minhas esperanças ao ler deste autor o relato da experiência de outro grande doutrinador, o Des. Barbosa Moreira. Aqui escrevo na íntegra as palavras encontradas no livro deste primeiro doutrinador: “Tratava-se de saber se esses menores, que estavam confiados à guarda de um parente, depois da separação dos pais, deviam passar as férias, ou a maior parte delas, com o pai ou com avó materna. A causa chegou-me como relator já em grau de embargos infringentes. E eu, sinceramente, não conseguia saber qual era a melhor solução; só com a leitura dos autos não era possível. E decidi-me – contrariando um pouco a praxe – a chamar os menores e ouvi-los. Achei que a melhor fonte era os próprios menores. (...) Chamei-os aqui, levei-os primeiro ao bar, dei-lhes sorvete, mostrei-lhes a paisagem, a ponte, para ganhar confiança. Depois falei sobre futebol... Levei uma tarde, mas valeu a pena, porque, quando eles estavam descontraídos, me deu a convicção sólida, de que a avó era uma autêntica megera. (...) Os menores não eram partes do feito, nem foram ouvidos como testemunhas; mas foi uma oportunidade magnífica para mim de obter informações imprescindíveis para que eu pudesse dar uma solução justa”.
Lá no Marista (Colégio que frequentei todo o ensino fundamental e médio) sempre escutei a coordenadora Anunciação falar que a esperança não é a última que morre, mas a única que nunca morre...
E a Deusa Themis??? Continua a mesma desde a Grécia, somente espero que a Deusa da Justiça não se esqueça de afiar esta espada secular e que envie periodicamente esta dourada balança para ser vistoriada pelo INMETRO...


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Quase ia me esquecendo de falar sobre a “Luz Negra” que originou todo este texto. Como vocês podem observar na figura acima, os tubos de vidros são preenchidos por um tipo de fósforo especial que impedem a passagem de vários tipos de radiação emitidos pela luz ultrapassem para o meio externo principalmente as que são visíveis a olho nu. O principal tipo de radiação que não é observada pelas pessoas, a ultravioleta (UV), consegue facilmente ultrapassar a camada negra de fósforo. No meio externo, a radiação UV incide sobre algumas substâncias e estas reemitem em forma de luz o que tornam as pessoas mais vistosas, “mais brancas”, “mais reluzentes”. Engraçado como algumas coisas tornam as pessoas mais “atrativas” e “brilhosas”, involuntariamente, percorre-me ligeiramente aos meus pensamentos um ditado popular peculiar: “Nem tudo que reluz é ouro”. O ouro, como metal nobre que se apresenta, é um pouco mais difícil de ser localizado, quando encontrá-lo não deixe que destrocem em pequenas pedras ou transformem em pequenas peças de ouro esquecidas numa caixa de sapato ou no fundo da gaveta de um criado-mudo. Permaneça com a pedra intacta, afinal, segundo os cientistas, o ouro é um excelente condutor de energia. Procure direitinho, um dia você a encontre ou então você já tenha encontrado e ainda não notou o seu verdadeiro brilho. Mais informações científicas sobre como funciona a luz negra nestes dois sites: http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT688136-1716-4,00.html ; http://ciencia.hsw.uol.com.br/luz-negra1.htm.



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Finalizando galera (juro que é a última parte). Agora pergunto: ainda acreditam nisso tudo? Deu pra mudar um pouco o pensamento? Acreditam neste andarilho maltrapilho ludovicense que aqui derrama tanta besteira? Tenha cautela, nosso querido Padre português, Antônio Vieira, que morou durante muitos anos em São Luís, uma vez profetizou no Sermão da Quinta Dominga da Quaresma, na Igreja Maior da Cidade de São Luís do Maranhão, em sábias palavras, o seguinte: “(...) Para mim todos os domingos têm este sobrenome, porque em todos prego verdades, e muito claras, como tendes visto. Por me não sair, contudo, do que hoje todos esperam, estive considerando comigo que verdades vos diria, e, segundo as notícias que vou tendo desta nossa terra, resolvi-me a vos dizer uma só verdade. Mas que verdade será esta? Não gastemos tempo. A verdade que vos digo é que no Maranhão não há verdade. (...)”. Isso é uma verdade? Quem sabe... ;-)
Para solução deste imenso problema que aqui desenvolvi (claro, não fui o primeiro a falar sobre isso) eu novamente me volto aos poetas, em especial, um maranhense, Elizeu Cardoso, músico, que costuma dar uma palhinha do seu agradável repertório num local que considero a minha casa: “A Vida é uma Festa”. Na música, O Mundo, ele assim declama, “Fugir pela janela do universo, redescobrir o valor que não reluz”. Caso queria conhecer a obra deste músico: http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/elizeucardoso/

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Próximo texto: A Subjugação Eclética e a Sina do Coroa Barbudo. Encerrando aqui a trilogia da barba!!! Hahahahahahahahaha! Aquele abraço!